"Crio este blog com o objetivo de compartilhar minhas opiniões, pensamentos e delírios cotidianos com qualquer um que se interesse em ler."
Cá estamos nós. Depois de muito pensar e planejar, finalmente decidi
começar meu próprio blog. Este post vai ser um pouco mais longo que o
normal (ou não), pois além de analisar uma das melhores experiências
digitais que tive até hoje ainda terei que apresentar este portal.
Vamos começar com a parte relativamente mais fácil. Crio este blog com o objetivo de compartilhar minhas opiniões, pensamentos e delírios cotidianos com qualquer um que se interesse em ler. Vou analisar jogos, álbuns de música, livros, filmes, séries e provavelmente escrever relatos e crônicas sobre a aleatoriedade do cotidiano. É, acho que essa definição pomposa vai servir.
Vamos começar com a parte relativamente mais fácil. Crio este blog com o objetivo de compartilhar minhas opiniões, pensamentos e delírios cotidianos com qualquer um que se interesse em ler. Vou analisar jogos, álbuns de música, livros, filmes, séries e provavelmente escrever relatos e crônicas sobre a aleatoriedade do cotidiano. É, acho que essa definição pomposa vai servir.
"Life Is Strange é um daqueles casos em que o inesperado impressiona."
Ficha Técnica:- Life Is Strange, 2015
- Desenvolvedora: Dontnod Entertainment
- Publisher: Square Enix
- Aventura;Point and Click
Minha ligação com Life Is Strange se remete a uma das melhores
experiências que já tive na minha vida. Por mais exacerbada que essa
afirmação pareça - "Porra, cê tá falando de um joguinho cara"- me de ao
menos a chance de explicar.
Life Is Strange foi um daqueles jogos que eu demorei a pegar pra jogar.
Não por preconceito -isso foi com Game Of Thrones mesmo- mas pela pouca
divulgação do jogo, que mesmo recebendo inúmeras avaliações positivas
se fez mostrar pouco no mercado devido a seu baixo orçamento e afins.
Assim como na série adaptada dos livros do Martin, me arrependo
amargamente de não ter apreciado esta obra prima antes. O arrependimento
é inclusive maior que o de ter demorado dois anos pra assistir a série
supracitada.
Em Life Is Strange, eu finalmente encontrei uma experiência externa aos
meus próprios sentimentos que eu posso dizer que é indescritível - no
sentido literal da palavra. E isso é estranho -afinal, estamos falando
de um jogo e não é todo mundo que consegue enxergar a "indústria gamer"
como uma geradora de obras de arte, até porque casos como esse acontecem
bem raramente. E é estranho não só por se tratar de um jogo, algo com
um público não tão abrangente quanto filmes, livros e músicas mas porque
a incapacidade de descrever algo é geralmente voltada a emoções,
sentimentos que você não consegue expressar, apenas sentir e
'experienciar' internamente. Raramente, ao longo da vida somos capazes
de encontrar algo externo a nosso Eu que nós não sejamos realmente
capazes de descrever.
Perdão se não estou sendo muito claro: É óbvio que existem várias
coisas indescritíveis por ai, mas eu me refiro a um tipo específico de
"indescritibilidade". Aquele tipo em que você realmente não sabe, de
maneira alguma sequer tentar explicar. Daquele tipo em que você consegue
apenas sentir a "coisa" e o máximo que você consegue fazer e tentar
mostrar aos outros e apresenta-los a mesma experiência na esperança de
que eles entendam também - e uma das maiores frustrações da vida é
quando a pessoa menospreza isso e se recusa a dar uma chance pra aquilo
que você julga incrível, mas fazer o que. Essa frustração se torna mais
intensa assim como encontrar essa "indescritibilidade" se torna ainda
mais rara quando estamos falando de um jogo.
Tecnicamente falando, Life Is Strange passa batido aos olhos daqueles
mais exigentes. Os gráficos não são nem um pouco pesados -o que é algo
bom para aqueles que não tem um PS4 ou então um PC potente- e são até
ultrapassados. A jogabilidade é tranquila e sem muitos rodeios, exceto
por um puzzle em específico que é um pé no saco -mas parece que a
Dontnod percebeu isso e caso você fique muito tempo preso você pode
apertar um botão e o "puzzle" se resolve sozinho.
Para um jogo com tamanha carga emocional e narrativa, as expressões
faciais poderiam ser bem melhores também. Mas quando vamos falar de
Direção de Arte, Trilha Sonora, Enredo e Concepção de Personagens temos
aqui uma magnum opus. As músicas são divinas e escolhidas a dedo. Cada
uma delas te trás um sentimento único -só senti falta de uma música da
Sharon Van Etten por exemplo, mas entendi que não caberia ali. Esse
sentimento é acentuado pela direção de arte INCRÍVEL que faz mágica com a
engine ultrapassada do jogo e nos apresenta cenários e paisagens lindas
e dignas de excelentes Screenshots. O enredo é brilhante.

Não se engane com a cara de aventura adolescente que Life Is Strange
parece ter: Tem muito disso sim, mas não é só isso. Um jogo que trata de
múltiplas realidades, efeito borboleta, efeito dominó e teoria do caos
tão genialmente não merece ser taxado assim. O desenrolar da trama é
ótimo e as decisões tomadas ao longo da história fazem esse o ponto mais
alto do jogo. Sem contar na Concepção de Personagens e nas dublagens. O
visual, a voz, cada um desses aspectos foi extremamente bem concebido.
Ao poupar no gráfico e num gameplay mais "incrementado" a desenvolvedora
investiu seu máximo em Enredo,Cenários e Sonoplastia. Parabéns pela
excelente decisão, Dontnod.
E não, não vou dar sinopse ou nada do gênero. É um daqueles jogos que
qualquer pedacinho da história conta. Life Is Strange, essa obra prima
que hoje eu tenho o prazer de chamar de jogo favorito -ou seria uma
experiência digital interativa?- é um daqueles casos em que o inesperado
impressiona. Impressiona não, apaixona.
É impossível não se apaixonar, ou pelo menos -caso você seja um pedra-
não se envolver profundamente com a aventura de Maxine Caulfield em
Arcadia Bay. É uma experiência indescritível. Você só sente, e pela
falta de capacidade de descrever isso você leva suas emoções ao máximo e
então ri,chora e vivencia.
O que faz esse jogo ser tão especial é porque eu jamais esperaria esse
tipo de experiência de algo que eu gosto tanto. É como descobrir um
diamante de sangue num pacote de Doritos. Você gosta de Doritos, mas não
esperava a beleza do diamante ali. Life Is Strange mostra que quando
algo tão ingênuo, inesperado, quando algo tão externo a você te faz se
sentir numa montanha russa de emoções e te causa uma sinestesia de
sentimentos tão grande e intensa...tão profunda e interna...quando algo
externo a você parece tão indescritível quanto aquilo que você sente,
quanto aquilo que há dentro...Wow...acho que nesse momento você percebe
que a grandeza pode vir de coisas pequenas e que não importa de onde,
você apenas precisa explorar mais e encontrar o indescritível e o
inesperado fora de si novamente.
Life Is Strange não é um jogo sobre escolhas, mas sim sobre o mundo de
possibilidades que você deixa pra trás quando toma uma decisão. É sobre
viver com a consequência e os sacrifícios de uma atitude e se ver
incapaz de reverter isso independente de suas tentativas.
- Gráficos: 8/10
- Trilha Sonora e Sonoplastia: 10/10
- Enredo: 10/10
- Jogabilidade:8/10
- Fator Replay: 8/10.
Após todas as constatações acima, só me resta uma nota possível:
- Total: 10/10
Texto por Josuá Ventura Nobre
O jogo foi analisado na versão PC e adquirido pela Steam.

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